Morreu na manhã do dia 31 de dezembro de 2022, às 05h43 (horário de Brasília, o papa emérito Bento XVI.
A Diocese de Tubarão, em luto com toda a Igreja, mas na firme certeza da Ressurreição dos mortos, une-se em oração pelo seu eterno descanso.
Papa
Bento XVI foi papa da Igreja Católica e bispo de Roma de 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013, quando oficializou sua renúncia ao papado, tornando-se Papa Emérito. Foram quase 8 anos de papado. Ao renunciar, em 28 de fevereiro de 2013, justificou seu ato de renúncia afirmando que sua idade avançada já não lhe permitia exercer adequadamente o pontificado. Foi eleito, no conclave de 2005, o 265.º Papa. Tinha 78 anos de idade. Foi o sucessor de João Paulo II e predecessor do Papa Francisco.
Infância e juventude
Joseph Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927 em Marktl am Inn, uma pequena vila na Baviera, às margens do rio Inn, na Alemanha. Filho de Joseph Ratzinger e Maria Peintner.
Em 1943, com dezesseis anos, foi incorporado, pelo alistamento obrigatório, no Exército Alemão. Em 1944 foi enviado a um campo de trabalho em Burgenland, na fronteira da Áustria com a Hungria e a Checoslováquia para realizar trabalhos forçados, daí sendo enviado ao quartel de infantaria em Traustein, de onde desertou pouco tempo depois.
Com a rendição alemã, em 8 de maio de 1945, Ratzinger ficou preso no campo de concentração de prisioneiros das forças aliadas em Bad Aibling, com mais de quarenta mil prisioneiros. Foi libertado em 19 de junho, apenas dois meses depois de ter completado os dezoito anos, voltando para a casa dos pais.
Vida religiosa e acadêmica
Com o irmão, Georg Ratzinger, Joseph entrou para o Seminário. Em 29 de junho de 1951, foram ambos ordenados sacerdotes pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique. Aprofundou-se nos estudos teológicos, tornando-se catedrático em dogmática, e atuou longamente como professor.
Ratzinger foi nomeado Arcebispo de Munique e Frisinga em 25 de março de 1977, pelo Papa Paulo VI, e elevado a Cardeal no consistório de 27 de junho do mesmo ano.
Em 1981, assumiu a função de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, no papado de João Paulo II, cargo que manteve até o falecimento do seu predecessor. A sua posição como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que exerceu durante vinte e três anos, o colocava como um dos mais importantes defensores da ortodoxia católica. O teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos expoentes da Teologia da Libertação, teve voto de silêncio imposto por Ratzinger em 1985.
Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade»; assim o explicou ele mesmo: «Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo atual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade».[31]
Visita ao Brasil
Em 2007, o Papa Bento XVI esteve no Brasil, entre os dias 9 e 13 de maio. O objetivo principal de sua visita ao Brasil foi dar início à Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho que ocorreu de 13 a 31 de maio de 2007, no Santuário de Aparecida no Vale do Paraíba, estado de São Paulo. Além disso, foi também nessa ocasião que se deu a canonização de Santo Antônio de Sant´Anna Galvão, o Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, em cerimônia realizada no dia 11 de maio de 2007, em São Paulo.
Documentos pontifícios
Desde a sua posse, Bento XVI fez inúmeros pronunciamentos. Entre os principais documentos que publicou no exercício das funções de Sumo Pontífice, estão as encíclicas Deus Caritas Est (sobre o amor cristão), Spe salvi (sobre a esperança cristã) e Caritas in Veritate (sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade). Em 5 de julho de 2013, já depois de sua renúncia, foi publicada a encíclica Lumen Fidei (sobre a fé), assinada pelo seu sucessor, o Papa Francisco, mas que foi praticamente escrita só por Bento XVI.